14 de maio de 2011

A sutil diferença entre dar o melhor de si e perder a identidade

Não entendo por que tantas pessoas reclamam que fazem todas as vontades do outro e não são valorizadas por isso? Em geral, a queixa de homens e mulheres "bons demais" é a seguinte: "Fui muito dedicado, fiz tudo o que o outro quis e não fui reconhecido. Estou cansado de me doar completamente nos relacionamentos e sofrer. Não entendo por que as pessoas dizem que querem encontrar alguém legal e, quando encontram, simplesmente não dão valor"... e por aí segue a descrição de uma dor que é realmente dilacerante, mas cujos motivos não são bem esses relatados. Acontece que pessoas que se doam demais, que fazem tudo o que o outro quer são aquelas que, muito frequentemente, ainda não se deram conta da enorme importância que sua individualidade tem na relação. Ainda se equivocam ao acreditar que para serem amadas precisam ceder sempre, aceitar tudo e simplesmente se anular em função dos desejos da outra pessoa. Enganam a si mesmas acreditando que agem por amor.
É preciso que essas pessoas percebam que existe uma sutil diferença entre dar o melhor de si e se perder, perder sua própria referência num encontro de amor. Quem vai deixando de mostrar o que incomoda, quem vai deixando de falar sobre o que desagrada, vai se identificando e se misturando com o outro a ponto de se tornar uma espécie de reflexo dele.
E convenhamos: se realmente fosse bom se relacionar com o reflexo da gente, casaríamos com o espelho de casa e seríamos felizes para sempre.E veja bem: não estou falando de fazer joguinho de difícil e nem de se colocar aos gritos, impondo suas vontades. Estou falando justamente da arte de encontrar o equilíbrio. Estou falando da encantadora dança do amor, que nada mais é do que a harmonia entre avançar e recuar, com leveza, inteligência, atenção, disponibilidade e, acima de tudo, capacidade de começar de novo ao errar...
Resumindo: quem sempre diz sim, vai se dar mal. E quem sempre diz não, também rsrsrsrs. O segredo é ceder às vezes e ser mais firme em outras, mas sempre - SEMPRE - mostrar ao outro qual é sua vontade e ouvir qual é a dele.
No final acho que se você tem sofrido e se sentido injustiçado por ser bom demais e não receber em troca nem o amor que achava que merecia por tanta compreensão e dedicação, sugiro que comece a olhar um pouco mais para si e se perguntar: "O que eu realmente quero?", mesmo que o tema seja simplesmente escolher o sabor da pizza. E especialmente quando esse desejo for importante, faça-o valer e não desista dele.

Díficil não?!


OBS: Feliz Aniversário Lívia :*

Um comentário:

- Rafael - disse...

Humm... Oi Jé! Não sei ao certo oq comentar; digo, pode até ser impressão minha, mais parece que algo de todas suas palavras estão muito próximas aos acontecimentos próximos à vc. De qualquer maneira, muito legal seu texto, e muito inteligente de sua parte dizer que "se dar mal" fará parte da vida, e de seus espelhos. Beijoss querida... fique com DEUS...